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Mestrado

 

1. Disciplinas obrigatórias

 

Área de Concentração: Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável

 

Laboratório de Pesquisa Linha I (2 créditos, 30 horas)

Ementa: Indissociada das temáticas abordadas na Linha de Pesquisa 02 (Mudança Social, Atores do Desenvolvimento e Dinâmica da Organização no Espaço Rural), esta disciplina propõe um ambiente plural e constante de reflexão sobre a pesquisa que aborda as práticas produtivas nas distintas lógicas produtivas no contexto amazônico e comparações com outras regiões. Além da diversidade produtiva, está no foco o contexto social, cultural e econômico destas práticas e o impacto das mesmas no meio biofísico e na produção. A mesma visa ainda analisar o grupo doméstico (família, divisão de trabalho, estratégias de reprodução social), centro de tomada de decisão sobre estas práticas, o gerenciamento do estabelecimento familiar e o uso e manejo de seus recursos naturais. Para tanto, reflete-se sob o ponto de vista teórico-metodológico, em diferentes enfoques, centrando-se na pesquisa em sistemas de produção e sistemas agrários/pesquisa/desenvolvimento, buscando o diálogo do enfoque agroecológico com a pesquisa agronômica tradicional. Objetivos dos Laboratórios de Pesquisa (Linha 1): 1. Situar uma pesquisa de cunho sistêmico das relações de produção, no campo do chamado desenvolvimento rural; 2. Discutir as especificidades da pesquisa sobre situações distintas na Amazônia; 3. Fomentar a efetividade no uso de bibliotecas e portais de periódicos; 4. Praticar a leitura, o debate e a redação no âmbito científico. 5. Interação com outros Programas de Pós-Graduação e grupos de Pesquisa com temas afins.

 

Laboratório de Pesquisa Linha II (2 créditos, 30 horas)

Ementa: Reflexão sobre a pesquisa que aborda situações sociais em agricultura e extrativismo familiar; Introdução à pesquisa bibliográfica física e virtual; Treinamento no uso de portais de periódicos e em gerenciamento de dados bibliográficos; Introdução à leitura, debate e redação acadêmicos. Objetivos dos Laboratórios de Pesquisa (Linha 2): 1. Situar a pesquisa de cunho sociológico e/ou antropológico no campo do chamado desenvolvimento rural; 2. Discutir as especificidades da pesquisa sobre situações sociais em agricultura e extrativismo familiar na Amazônia; 3. Fomentar a efetividade no uso de bibliotecas e portais de periódicos; 4. Praticar a leitura, o debate e a redação no âmbito científico.

 

Metodologia de Pesquisa (4 créditos, 60 horas)

Ementa: Esta disciplina visa oferecer ferramentas metodológicas para relacionar a teoria e a pesquisa empírica, demonstrando as diferenças instrumental das ciências sociais e das ciências naturais. Como elaborar projetos de pesquisa que permitam a produção de conhecimento e a intervenção na realidade. Distinção entre problema social e problema sociológico; pré-noções; objetivação. Técnicas qualitativas e quantitativas. Ênfase é dada à definição da problemática de investigação, à construção do objeto e à seleção de técnicas adequadas para a sua apreensão. As aulas consistem em exposição e discussão em classe (seminários, debates, estudos dirigidos). Utilização de recursos audiovisuais. Exercícios visando à elaboração da problemática e construção do objeto de investigação.

 

Questão Agrária, Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (4 créditos, 60 horas)

Ementa: Os objetivos são: analisar o debate sobre o desenvolvimento capitalista na agricultura enfocando as origens agrárias do estado e os modelos de desenvolvimento rural a partir do início do século XX; analisar a emergência do debate em torno das noções campesinato e agricultura familiar no Brasil contrapondo o seu estatuto conceitual e operacional buscando a constituição de um quadro teórico-metodológico; tratar a diversidade de formas familiares de produção  no  espaço  rural destacando as diferentes relações construídas entre os seus atores. O curso será dividido em três unidades: 1. Formação histórica do rural brasileiro; 2. Atores sociais no meio rural; 3.  Mudanças sociais no meio rural. A primeira unidade tratará a história agrária no contexto brasileiro, assim como os debates clássicos internacionais e brasileiros sobre a questão agrária. Analisará as principais formulações clássicas relativas à abordagem conceitual e metodológica de camponeses e desenvolvimento rural. A segunda unidade tratará da diversidade de formas familiares de produção no espaço rural e sua evolução e recepção no meio acadêmico e político nas últimas décadas. Analisará a trajetória dos conceitos campesinato, pequena produção e agricultura familiar. Tratará ainda, das suas relações com outros atores coletivos num contexto de crescente valorização de aspectos identitários, mas de fragmentação da perspectiva de classe. Analisará as noções de produtores familiares rurais, trabalhadores na agricultura e agricultura empresarial. A terceira unidade tratará das mudanças sociais no meio rural e as diferentes visões relativas ao desenvolvimento rural, agricultura e meio ambiente, nova ruralidade, rural urbano e pluriatividade. Serão enfocados os modelos de desenvolvimento rural e as controvérsias em torno da agricultura familiar. Destacará as diferentes relações construídas entre os seus atores e os recursos naturais, crescentemente em disputa.

 

1. Disciplinas optativas


Ação Coletiva no Espaço Rural (4 créditos, 60 horas)

Ementa: A disciplina trata das atividades coletivas de produtores rurais de base familiar (agricultores, assentados da reforma agrária, populações tradicionais, membros de movimentos sociais), sócios ou não de associações e cooperativas. Analisa o que existe em comum entre os movimentos sociais, a gestão coletiva de recursos naturais e o associativismo, quais sejam: a organização da cooperação apesar de interesses divergentes, a integração dos membros em torno de interesses comuns, a importância dos líderes e do poder, a mobilização da participação ativa, assim como, da criação de uma identidade dos membros.  Discute as atuais abordagens teóricas sobre movimentos sociais, apoia-se na sociologia das organizações, destaca a contribuição da Economia Solidária para o desenvolvimento rural e incentiva o debate sobre investigações empíricas.  Assim, permite novos olhares sobre a ação coletiva no espaço rural. Considerando que as políticas públicas, nas últimas décadas, estimularam o engajamento dos produtores familiares rurais em diferentes formas associativas como requisito para a obtenção de serviços (por exemplo, crédito rural para aquisição de equipamentos de uso individual e comum, infraestruturas comunitárias etc.).  Esta forma de organização social significa um dos maiores desafios no cotidiano dessa população.  Por isso, o conhecimento dos problemas e possibilidades da cooperação é indispensável para trabalhar com organizações rurais, como associações, grupos de interesse, movimentos sociais ou sindicatos.

 

Agroecologia (3 créditos, 45 horas)

Ementa: A disciplina visa oferecer elementos teóricos e metodológicos sobre a agroecologia e suas possibilidades de contribuir, com foco na agricultura familiar, à sustentabilidade rural na Amazônia. Está dividida em cinco módulos: Módulo 1) Bases teóricas e evolução da agroecologia; Módulo 2) Aspectos relacionados à dimensão ecológica-técnico produtiva da agroecologia; Módulo 3) Aspectos relacionados à dimensão social, econômica e cultural da agroecologia; Módulo 4) Aspectos relacionados à dimensão política da agroecologia; Módulo 5) Processos de transição agroecológica.

 

Desenvolvimento Territorial Rural Sustentável (3 créditos, 45 horas)

Território, territorialidade e novas concepções do desenvolvimento rural. Introdução às teorias do desenvolvimento regional e territorial. A abordagem socioespacial e territorial. As dinâmicas territoriais: teoria e pratica. Atores e dinâmica das redes, conflitos e proximidade. O planejamento centralizado, descentralizado e participativo. A governança territorial e instituições. As metodologias de desenvolvimento territorial e as inovações socioterritoriais. Informação, observatórios e prospectiva territoriais. Políticas de desenvolvimento territorial e territorialização da ação pública. Gestão social das politicas públicas e aprendizagem.


Contextos Históricos e Culturais do Campesinato (4 créditos, 60 horas)

Ementa: Principais fundamentos da especificidade econômica e social das sociedades camponesas.  Os principais fundamentos, do ponto de vista social, econômico e político. Análise de formas concretas de existência do campesinato na Amazônia, enfocando determinadas políticas públicas que incidem sobre as sociedades camponesas.

 

Enfoque Sistêmico Aplicado ao Estudo da Produção Familiar (3 créditos, 45 horas)

Ementa: Teoria de sistemas como base teórica. Conceitos e preceitos relacionados aos sistemas. Teoria de sistemas e abordagem sistêmica. Conceitos de agroecossistemas. A produção agrícola familiar. A abordagem sistêmica aplicada ao estudo da produção familiar. As noções de prática e técnica. Diferentes escalas de estudo da produção agrícola familiar (parcela, estabelecimento, localidade/sistema agrário).

 

Estudo das Práticas e dos Índices Técnico-Produtivos de Sistemas Agrícolas Familiares (3 créditos, 45 horas)

Ementa: A abordagem sistêmica aplicada ao estudo das práticas de agricultores familiares na Amazônia. O processo de tomada de decisões e a gestão dos fluxos de produtos, de trabalho e econômico-financeiro de um sistema de produção familiar. Aplicação e interpretação de índices para a análise da sustentabilidade social, econômica e ecológica do sistema. 

 

Natureza, Agricultura e Artes (3 créditos, 45 horas)

Ementa: A disciplina se dispõe a discutir a apropriação de temas rurais, em particular os ligados à produção camponesa, pelas artes, abordando, a cada semestre, uma introdução com enfoque generalista e o aprofundamento da relação da agricultura com uma das artes, seja a partir de um autor, seja a partir de temáticas escolhidas que permitam essa forma de associação. O desenvolvimento dessa atividade dará início ao tratamento aprofundado da relação entre natureza, agricultura e literatura.

 

Organizações Camponesas e Patronais Rurais no Brasil (3 créditos, 45 horas)

Ementa: Oferecer um instrumental teórico à compreensão dos principais elementos das organizações dos produtores rurais brasileiros em geral e da Amazônia, em particular, a partir do conhecimento de textos e exercícios sobre o tema.

 

Processos de Trabalho, Família e Sociabilidade no Espaço Rural (3 créditos, 45 horas)

Ementa: A disciplina objetiva oferecer referencial teórico metodológico para analisar questões clássicas e contemporâneas referentes ao trabalho e aos trabalhadores no espaço rural nos contextos global e local quanto a: i) Concepções do trabalho; ii) a divisão social e sexual do trabalho; iii) evidências do trabalho nos seus diferentes formatos (familiar, assalariado, associativo, dentre outros) e significados; e transversalidades do trabalho quanto a gênero, geração e etnicidade.

 

Saberes Locais e Diálogo entre Saberes para o Desenvolvimento (3 créditos, 45 horas)

Ementa: A disciplina explora a contribuição da antropologia e da etnobiologia no entendimento dos sistemas de pensamento e da produção e reprodução de saberes locais, como produtos da interação dentre e entre os diferentes segmentos de uma sociedade. A disciplina apoiará a discussão das noções, conceitos, discursos, práticas e técnicas associadas ao saber local, incluindo o estudo do conceito de tradição, herança e etnicidade na antropologia. Os seguintes temas serão examinados: a) Os saberes técnicos locais (indigenoustechnicalknowledge); b) As etnociências e suas aplicações para o desenvolvimento; c) A questão da formalização dos saberes locais: armadilhas e oportunidades; d) Saberes dos agricultores familiares: os chamados colonos e povos  e comunidades tradicionais da Amazônia, acerca dos ecossistemas e seus recursos naturais; d) Redes de trocas de saberes e recursos entre agricultores; e) Mudanças técnicas oriundas das redes de trocas: quais e porquê?; f) Diálogo entre agricultores e pesquisadores/extensionistas; g) Difusão dos saberes pelas populações locais: limitações e desafios; h) Mobilização de saberes locais para as ações de desenvolvimento rural; i) Saberes locais e participação. A noção de sistema de conhecimento e informação.

 

Sistemas Agroflorestais (3 créditos, 45 horas)

Ementa: A disciplina visa oferecer elementos teóricos, metodológicos e práticos para a análise de experiências e proposição de estratégias agroecológicas adequadas à diversidade e complexidade de contextos amazônicos, com ênfase em sistemas agroflorestais (SAFS), por meio de dois módulos: Módulo 1) Desafios e perspectivas para a identificação, planejamento e adoção de estratégias agroecológicas em agroecossistemas amazônicos ; e Módulo 2) Identificação, sistematização e planejamento de sistemas de base agroecológica para a realidade amazônica, com ênfase em sistemas agroflorestais- SAFs.


Uso da Terra, Forças Produtivas e Sustentabilidade na Amazônia (3 créditos, 45 horas)

Ementa: Abordam-se as relações entre o uso da terra e a produção familiar e discute as principais teorias que dão suporte a avaliação das formas de uso da terra mediante as implicações das relações homem e natureza especialmente nas atividades da agricultura, da pecuária e do extrativismo na Amazônia. Apresenta formas de avaliação dessas atividades com vistas ao desenvolvimento rural sustentável envolvendo os princípios da ecologia, da eficiência econômica e da equidade social considerando as diferenças entre produção familiar e produção patronal. Conteúdo e Programa da Disciplina: Unidade I) Referencial teórico sobre o uso da terra. Expansão da fronteira agrícola (Penetração capitalista, Articulação intersetorial). Modelo do ciclo de vida. Territorialização. Meios de vida e sustentabilidade. Unidade II) Ecossistemas, estrutura agrária e produção. Ecossistemas. Composição e fisiografia (Terra firme, várzeas). Clima, vegetação e solos. Potencialidade de uso dos ecossistemas. Estrutura agrária e forças produtivas. Divisão territorial e uso da terra (meso, micro regiões). Uso da terra e forças produtivas (grandes, médios, pequenos agricultores estabelecimentos; empresas rurais, produção familiar). Unidade III) Uso da terra e sustentabilidade. Uso da terra e segurança ecológica (desmatamento, matéria orgânica e emissão de carbono). Relações entre segurança ecológica, eficiência econômica e equidade social. Indicadores de sustentabilidade.